Globalização e meio ambiente.
A relação entre globalização e meio ambiente expressa-se na perspectiva dos impactos gerados pelas transformações técnicas, sobretudo aquelas referentes à Revolução Técnico-Científica-Informacional, que propiciou avanços suficientes para integrar as diferentes partes do planeta e alterar os sistemas de produção no campo e na cidade.
Por definição, a globalização é entendida como o processo de integração global das sociedades, correspondendo ao período de maior avanço e expansão do sistema capitalista. Mesmo que de maneira desigual e, por vezes, contraditória, todas as partes do mundo encontram-se conectadas, com um grande fluxo de informações, capitais, bens e valores culturais. Tal panorama influencia, sem dúvidas, a forma como o ser humano interage e gera impactos sobre o meio natural.
No mesmo contexto, insere-se o fenômeno socioespacial da urbanização, que vem se intensificando nos países em desenvolvimento após ter se consolidado nos países centrais e alguns emergentes. Com isso, emergem os problemas socioambientais urbanos, como a extrema poluição, a formação das ilhas de calor, a questão da inversão térmica e os impactos gerados pela má destinação dos resíduos sólidos e da ausência de saneamento ambiental.
Contudo, no cerne do processo de transformação e evolução das técnicas e dos objetos técnicos que atuam no processo de produção do espaço geográfico, existe uma incessante busca por alternativas que defendam o desenvolvimento econômico das sociedades com a preservação do meio natural. Nesse sentido, emerge o conceito de sustentabilidade, defendido por muitos como a saída necessária e possível para conciliar o crescimento social com a conservação ambiental.
De todo modo, a atenuação dos efeitos da globalização sobre o meio ambiente perpassa por uma série de desafios, tais como vencer a lógica de desenvolvimento via consumismo, os impactos negativos da urbanização concentrada e da produção industrial plena, bem como a diminuição das desigualdades sociais. Para isso, além da conscientização individual, é preciso um sistema mútuo de cooperação entre as nações a fim de desenvolver metas ambientais que atendam as necessidades básicas para a conservação da natureza.
O fim do estigma do eucalipto
A silvicultura, ou o plantio de florestas, como o eucalipto e a seringueira, é uma atividade econômica de grande rentabilidade para produtores do Espírito Santo. A madeira é usada tanto em toras, para produção de celulose, quanto cercar propriedades, produção de móveis, carvão e lenha. O eucalipto é a grande estrela neste setor. A origem da planta mais comum aqui no Estado é Austrália e Sudeste Asiático, na Indonésia. Existem em torno de 700 espécies e, há cem anos, algumas espécies foram trazidas para o Estado. As que se adaptaram melhor foram o Eucalipto urofilia, o grandis e o saligna.
Além da adaptação natural das plantas, o melhoramento genético vem sendo feito há 40 anos no Espírito Santo. Se há quatro décadas produziam-se 40 metros cúbicos de madeira por hectare, hoje a produção chega a 50 metros cúbicos.
E se há alguns anos falava-se muito que o eucalipto era uma cultura predadora, que atingia e secava lençóis freáticos, sugando toda água existente no subsolo, hoje já é sabido e provado que as plantas presentes no Estado não causam danos ao meio ambiente.
“Há sim plantas de raízes profundas dentro das 700 espécies. Mas as que se adaptaram ao Espírito Santo, têm raízes que não ultrapassam os dois metros de profundidade ”, ressalta Pedro Galvêas, pesquisador da Embrapa e à disposição do Incaper, engenheiro agrônomo e mestre em genética de plantas.
“É preciso imaginar que todo negócio de madeira no mundo se resume a celulose e papel. Esse negócio é maior do que o mercado de turismo. São US$ 350 bilhões movimentados por ano neste mercado. O mercado de celulose, desde seu nascimento até hoje, foi dominado por países com o Canadá, EUA, Japão e Suécia. São países ricos do hemisfério norte ”.
# Produção estável
A produção silvícola é considerada estável no Estado, mas a tendência, segundo Galvêas, é crescer, especialmente pelas mãos daqueles que não focam apenas na celulose. “As serrarias estão demandando muito essa madeira. Hoje, temos quase 300 serrarias no Espírito Santo, que usam 100% de toras de eucalipto. Essa madeira vira paletes, móveis, toras tratadas. Não se usa mais madeira de lei no Estado, quer dizer, o eucalipto ajudou a manter intacto o remanescente de Mata Atlântica em nosso Estado ”.
A tendência, para os próximos anos, é aumento da produção. “Teremos expansão da silvicultura para o sul do Espírito Santo, principalmente após a estrada de ferro que a Vale promete construir no Litoral Sul e com a duplicação da BR-101. Isso tudo vai viabilizar o transporte de madeira. Quer dizer, os municípios de Itapemirim, Presidente Kennedy, Mimoso do Sul, que são aptos para plantar eucalipto, mas têm como gargalo o transporte da madeira, poderão apostar nessa atividade ”.
Isso vai gerar aos produtores do Sul do Estado uma nova opção econômica, com lucro de aproximadamente R$ 1 mil ao ano por hectare. “E há a questão social. O plantio de eucalipto também gera trabalho no campo, já que demanda mais mão de obra do que a pastagem. Multiplica por dez o emprego e ainda auxilia na renda do homem do campo. É vantagem social, econômica e ambiental também. Se temos uma área de floresta nativa no Estado que cresceu muito, foi por causa da disponibilidade de madeira de eucalipto para todos os usos ”, ressalta Galvêas.
Espírito Santo é o nonomaior produtor de torapara celulose do país
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